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Cancro de pele. Mais de 50% dos doentes com lesão suspeita não procura médico em tempo útil

Em todo o mundo estima-se o aparecimento anual de mais de três milhões de cancros de pele não melanoma e de 132.000 casos de melanoma.

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) apresenta hoje os números de cancros da pele detetados no Dia do Euromelanoma de 2018 e a campanha deste ano, que inclui mensagens pela defesa do encerramento dos solários. A APCC defende que chegou a altura de Portugal ponderar o encerramento de solários, à semelhança do Brasil e Austrália.

“De uma vez por todas, as pessoas têm de interiorizar que os solários são indutores dos cancros de pele. Este ano surgiram mais estudos internacionais, alguns em que Portugal participou, que demonstram a relação entre a exposição prévia a solários e o aumento de risco de todos os cancros de pele”, disse à agência Lusa Osvaldo Correia, presidente da APCC.

Além da defesa do encerramento dos solários, a associação pretende ainda chamar a atenção para a necessidade de inclusão de todos os cancros de pele no Registo Oncológico Nacional, recordando que os custos com os não melanomas nos hospitais públicos são já quatro vezes mais.

“Os custos inerentes ao tratamento do cancro de pele estão a aumentar em todo o mundo, e Portugal não é exceção. Há cerca de quatro vezes mais custos, num estudo realizado em Portugal em hospitais públicos, com cancros de pele não melanoma, o que significa que é preciso ter nos registos”, disse o presidente da associação.

O especialista lembra que “continua a faltar no Registo Oncológico o registo dos cancros de pele não melanomas na sua maioria” e sublinha: “Sem números não pode haver estimativas, nem de custos nem de recursos humanos, e isso é uma lacuna a resolver”.

O Dia do Euromelanoma assinala-se em Portugal a 15 de maio e entre as iniciativas previstas estão o rastreio a populações de risco em 44 serviços de dermatologia e o 2.º Roteiro de verão, uma atividade liderada por dermatologistas, com apoio de voluntários, que decorrerá nos fins de semana de julho e levará mensagens sobre a proteção da pele e o diagnóstico precoce a praias de norte a sul do país.

O presidente da APCC chama a atenção para a importância de as pessoas se protegerem em todas as atividades que impliquem exposição solar e de realizarem o autoexame. Em caso de suspeita devem procurar o médico de família ou um dermatologista.

Portugal participa na Campanha Europeia do Dia do Euromelanoma desde há 19 anos, ano da instituição deste dia europeu.

Neste mês, em 33 países da Europa é dedicado um dia ao alerta e luta contra os cancros da pele, durante o qual serão disponibilizados rastreios gratuitos. Este ano, a campanha do Grupo Euromelanoma estende-se aos EUA, América do Sul e Ásia, por parceria com grupos ou sociedade congéneres.

Segundo dados da APCC, num estudo internacional efetuado a 1.300 dermatologistas foi possível confirmar que mais de 50% dos pacientes, apesar de reconhecerem uma lesão como muito suspeita, só tentavam obter observação médica mais de seis meses depois.

Em todo o mundo estima-se o aparecimento anual de mais de três milhões de cancros de pele não melanoma e de 132.000 casos de melanoma.

A incidência dos vários tipos de cancros da pele tem vindo a aumentar em todo o mundo, estimando-se que em Portugal, em 2019, serão diagnosticados mais de 13.000 novos casos de cancros da pele e mais de 1.000 serão novos casos de melanoma.

Os cancros da pele mais frequentes são o melanoma (o mais perigoso), o carcinoma basocelular (o mais comum e o menos perigoso) e o carcinoma espinocelular (o segundo cancro de pele mais comum).

Fonte: SAPO LifeStyle – Link